Eco Mind
À conversa com... a NAE

1. Quem são os fundadores da NAE?
Os fundadores da NAE Vegan Shoes são o Alex e a Paula, casados há 25 anos e juntos neste projeto há 15 anos. Somos os dois licenciados em Matemática Aplicada e começámos a nossa carreira profissional em áreas que nada têm a ver com a moda. A Paula fez grande parte da sua carreira profissional numa empresa de telecomunicações nas áreas de Gestão de Informação e Business Intelligence e o Alex esteve na área de consultoria de IT. Por isso, nenhum dos dois tinha background de moda e muito menos de calçado o que fez com os primeiros anos fossem um desafio. No entanto, tem sido um percurso de aprendizagem constante e de muita satisfação.
2. Como surgiu a NAE?
A NAE surge de uma necessidade pessoal da Paula e também da vontade de testar a sua veia empreendedora. Estávamos em 2008 e pensámos que sendo Portugal um país com uma indústria de calçado relevante, seria interessante criarmos uma marca de calçado que fosse vegan e sustentável. Achámos que não seria complicado, mas na realidade os primeiros anos foram bastante uma vez que, as fábricas não estavam habituadas a trabalhar com marcas com características como a nossa.
3. Como é o vosso processo de criação desde o primeiro esboço até à última fase do processo? Porque se consideram mais sustentáveis?
Começamos sempre por pensar quais os modelos que mais vendem e que os nossos clientes gostam mais. Afinal de contas estamos aqui por eles, e portanto, para nós o feedback do cliente é muito importante. Outro dos desafios que temos ao criar as coleções são os materiais que queremos que sejam o mais sustentáveis possível mas que sejam adequados para calçado. Exploramos por isso materiais que consideramos sustentáveis, porque têm certificações ou porque são desenvolvidos por empresas que têm valores semelhantes aos nossos e portanto nos revemos. Destaco o caso do Piñatex que é um material feitos das fibras do desperdício do ananás e que todo o processo é bastante sustentável com impactos reduzidos do ponto de vista ambiental e claro 100% vegan.
4. Quais são os desafios de gerir uma marca que deseja ser cada vez mais sustentável?
Penso que são precisamente os de ir num caminho equilibrado de conseguir consistência na marca e cada vez mais sustentabilidade quer enquanto marca quer ao nível dos nossos produtos. Os materiais são um desafio constante. Aparecem no mercado frequentemente novos materiais e gostamos de os testar. Se conseguimos que funcionem são adicionados ao nosso portfólio. Mas a sustentabilidade não existe só diretamente ao nível do produto. Existe também ao nível da marca como um todo e dos processos que envolve a criação de calçado e acessórios e é nisso que temos de trabalhar nos próximos anos.
5. Como veem a NAE daqui a 1 ano?
Estamos num caminho de alargar o nosso portfólio e gamas de produtos, nomeadamente acessórios, malas, carteiras, entre outros. Queremos também aumentar o nosso nível de internacionalização, por isso, acreditamos que daqui a um ano conseguiremos mais clientes quer ao nível do segmento consumo quer empresarial.