Eco Mind
À conversa com... a Sapato Verde

1. Quem é a Alexandra/Fundadora da marca?
Sou uma pessoa que segue o que pratica. Quem visita a nossa loja e me conhece sabe que sou a minha primeira cliente e os ensinamentos que tento transmitir enquanto responsável pela Sapato Verde no que concerne o veganismo, sustentabilidade e respeito pela ética, também os sigo na minha vida pessoal. 2. Como surgiu a Sapato Verde?
A loja Sapato Verde surgiu pela dificuldade em encontrar calçado vegan num espaço físico em Portugal. Como somos fortes em calçado, muitas marcas veganas são fabricadas em território nacional, faz todo o sentido disponibilizarmos o que temos de bom num espaço físico. 3. Como é o processo de criação desde o primeiro esboço até à última fase do processo? Porque se consideram mais sustentáveis?
Não tem sido uma caminhada propriamente fácil, principalmente no início do projeto e depois com a pandemia. Inicialmente tive que recorrer ao microcrédito para iniciar o projeto, no entanto os responsáveis por trás deste apoio não acreditaram no conceito e visão e apenas aprovaram metade do valor pedido no plano de negócios. Inclusive tive que reestruturar o projeto para uma sapataria eco friendly, pois como sapataria vegan foi chumbado!
Graças a alguns dos nossos fornecedores e clientes que nos foram apoiando ao longo dos anos, superámos os 2 anos inciais e em 2017 mudámo-nos para uma loja maior no Chiado em parceria com outro projeto - Green Beans, mercado vegan - onde ainda estamos, 9 anos depois da abertura da 1a loja!
Relativamente à sustentabilidade, só o facto do calçado ser vegan já é de si mais sustentável, pois o processo de curtição da pele é altamente nocivo. Todo o processo de seleção de marcas é feito criteriosamente por nós com base numa ética de sustentabilidade através dos materiais usados e conduta das marcas. 4. Quais são os desafios de gerir uma marca que deseja ser cada vez mais sustentável?
Claramente sustentabilidade é a palavra de ordem um pouco por todo o mundo, mas infelizmente no mundo empresarial há muito oportunismo e já se ouve falar em Greenwashing ou Eco Branqueamento, ou seja, muitas marcas e empresas usam termos que sabem trazer benefício para o crescimento e chegar a outro tipo de público-alvo, sem no entanto cumprir com o declarado. Isto torna a nossa seleção de marcas e fornecedores um pouco mais difícil.
Também não é fácil conciliar sustentável-preço-ética laboral Não prescindimos destes valores, mas por vezes o preço tem que transparecer esta conduta, logo não pode ser "barato".
Para algo ser barato devemos nos questionar o que foi posto em detrimento: materiais/ingredientes de má qualidade, trabalho precário, respeito pelos animais/ambiente?
5. Como vês a Sapato Verde daqui a 1 ano?
Dentro de 1 ano desejo estarmos totalmente recuperados financeiramente do efeito da pandemia e da guerra que afetou a economia mundialmente de uma forma devastadora para muito negócios que não conseguiram sobreviver.